Ocupações das escolas – desafios e armadilhas
Para além da dicotomia governistas e oposição, desde abaixo, autonomamente e pela esquerda!
O desafio é conseguir escapar aos dilemas e capturas de junho/2013, quando logo após a vitória da revogação do aumento, na luta disparada pelo MPL, forças conservadoras da oposição e do governo, tentaram capturar, domesticar e conduzir a energia política da multidão colocada nas ruas.
Cuidado! É necessário estar atento, manter o foco na pauta do movimento. Fortalecer as redes de bairro que surgiram em torno das ocupações. Quanta vida!
Cada escola ocupada deu lugar a uma nova comunidade que luta pelo comum. A escola como lugar de produção de outras formas de viver junto, quando antes estavam reduzidas a espaço de controle dos corpos e pensamentos.
Ao mesmo tempo é importante seguir criando transversalidades com outros movimentos, grupos, expandir-se tecendo redes com o foco claro. E isso tudo já está acontencendo. Trocas de experiências entre movimentos, conhecimentos e aprendizados no fazer cotidiano que valem mais que muitos diplomas.
Assim como em 2013 o contexto mais amplo inspira cautela, muitas armadilhas. A batalha entre governistas e oposição também vai tomar as ruas novamente, e é possível que as forças pró-impeachment ou de apoio incondicional ao governo Dilma, tentem jogar o movimento secundarista para escolhas dicotômicas (ou vocês estão do nosso lado ou estão contra nós). Mas a potência que vocês alimentam é muito mais rica em sua multiplicidade. Estão criando novas formas políticas, e isso é muito mais importante e urgente hoje.