Pesquisa
Pimentalab – Laboratório de Tecnologia, Política e Conhecimento
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Em diferentes sociedades podemos estabelecer relações de interdependência entre os modos de organização social, as formas de produção/difusão de conhecimentos, as tecnologias de comunicação e as formas de exercício do poder de cada momento histórico.
Atualmente, no campo da produção/difusão de conhecimentos observamos mudanças radicais na relação com o saber, tanto na forma de acesso quanto nas próprias formas e locais de produção de novos saberes, em parte relacionadas à crescente mediação das tecnologias digitais. Simetricamente, observamos no campo político profundas transformações nos modos de ação e mediação institucional, seja na prática de grupos ativistas, movimentos sociais ou mesmo em novas individuações coletivas e modos de subjetivação política que tem emergido. Nesses dois eixos (saber-poder) há dinâmicas e problemas comuns relativos à mediação das tecnologias digitais de comunicação que nos interessa analisar.
É nesta zona de intersecção que concentramos os projetos do Pimentalab[1][2]. Mais especificamente, o programa atual de pesquisa tem como campo empírico de investigação um conjunto de práticas científicas, organizações sociais, coletivos e movimentos sociais que atuam em temas relacionados a novos modos de conhecer e se organizar mediante a utilização das tecnologias de comunicação digital. Concretamente, observamos as práticas de: grupos tecnoativistas, comunidades hackers e ciberativistas, coletivos de mídia radical/independente, pesquisadores ativistas/militantes, iniciativas de ciência cidadã/amadora e artistas que atuam sobre a relação sociedade-tecnologia.
Ao mapearmos e analisamor um amplo conjunto de experiências procuramos identificar elementos que possam constituir uma gramática comum, um repertório partilhado de formas de ação, organização, modos de conhecer e princípios ético-políticos. A escolha de algumas dessas experiências, justamente pela forma como enunciam e tensionam certos problemas contemporâneos, permite-nos examinar transformações sociais que possuem amplo alcance. Para isso, nossa atenção estará dirigida para alguns aspectos que identificamos como transversais a essas experiências e que possuem modulações e combinações distintas em cada caso. Tais elementos tornam-se os vetores de análise para que possamos interrogar os novos problemas (teóricos e práticos) que surgem. Neste sentido, podemos destacar as seguintes temáticas como possíveis recortes para projetos de pesquisa mais específicos:
- tecnopolítica: tecnologia e prática politica; modos de apropriação e uso de tecnologias; disputas sobre a dimensão sociopolítica da tecnologia e os efeitos do design incorporado; tecnologia e democracia.
- reconfigurações da política: poder, ativismo, resistência e criação, movimentos sociais e sociedade de controle.
- produção de conhecimentos situados e pesquisa ativista: ciência cidadã (amadora ou ativista); co-pesquisa; conhecimento rebelde; pesquisa situada e implicada; laboratórios cidadãos e de inovação social.
- economia da informação e do conhecimento: trabalho imaterial, tensões sobre as políticas de acesso e difusão da informação, commons, produção entre pares (p2p) e capitalismo informacional.
- linguagens e conhecimento sensível: visualidade, tecnologias de imagem, sociologia/antropologia visual; imagem e suas epistêmes; formas de comunicar e tornar apreensivel dimensões sensíveis do conhecimento.
- metodologias de pesquisa e educação: co-pesquisa, experiência, prototipagem, metodologias participativas, educação democrática, pedagogia radical; educação expandida.
- micropolítica e modos de subjetivação: modos de associação, organização e ação coletiva; poder, autonomia e crítica institucional.
[1] Linhas de Pesquisa:
- Tecnopolítica e Ação Coletiva: tecnoativismo, movimentos sociais e internet, comunidades hackers, ciberpolítica, sociedade de controle, acesso à informação, liberdade de expressão, privacidade, economia informacional, trabalho e capitalismo.
- Conhecimentos Situados, Modos de Organização e suas Tecnologias: modos de organização social e micropolítica; modos de subjetivação; tecnologia e conhecimento; educação expandida, ciência cidadã/ativista; educação e pesquisa.
[2] Projetos de Pesquisa em andamento:
- Laboratório do Comum Campos Elíseos: corpos, territórios e tecnologias: https://trama.pimentalab.net
[3] Projetos de Pesquisa recentes (concluídos):
- Pesquisa de Pós-Doutorado no IBICT – Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, no LIINC – Laboratório Interdisciplinar sobre Informação e Conhecimento, sob supervisão da Profa. Dra. Sarita Albagli – http://www.liinc.ibict.br ; com período de pós-doutorado no CSIC – Consejo Superior de Investigaciones Científicas de Madrid, sob supervisão do Prof.Dr. Antonio Lafuente, com apoio da CAPES (2017-2018): http://wiki.pimentalab.net/index.php?title=Projetos_Pesquisa
- Tecnopolítica e Saberes Rebeldes – (2015-2017) – Apoio Ford Foundation: http://www.lavits.org
- Ciência Aberta e Desenvolvimento Local – (2015-2016) – Apoio OCSDnet – IDRC/Canadá. http://cienciaaberta.ubatuba.cc e http://www.ocsdnet.org
- Ciência Aberta – Pesquisa de Pós-Doutorado no IBICT/UFRJ com apoio do CNPq (2015-2017).
ato: henrique [@rroba] pimentalab.net
Link para Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq: http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=0062702EOV4GQX